Estranhamente sem razão, sem qualquer sentido
Um deserto instalado, de frutos desprovido
Árido, agreste, silvestre
Ainda assim, o caminho que sinto…
Não lhe chamo amor
É um sentimento sem
nome
Uma irrealidade absurda
Mistura-se com a vida e a confunde
É o som mais leve na cauda da sinfonia
A perturbação no ar, rasto do voo
O gesto secreto do mimo
A primeira gota de chuva
É um passeio de pensamentos desalinhados
Uma subcorrente que desvia
Um gesto não pensado
Uma vontade silenciosamente repetida
Ainda que partilhe da essência do sonho
e do aroma da dor
Ainda que não se possa viver, nem se possa matar.
Não é amor!
Não é amor!
Ema Moura |