Fotografia de: Um outro Olhar (contém hiperligação para a página do autor) |
Extensão...
É como me sinto ao enterrar os pés na areia ou a mergulhar o corpo nas águas de ondulação dócil.
Também o sinto na brisa que desinquieta a túnica e nos raios de sol que me acariciam na sua ardente textura.
Extensão da própria vida, também eu capaz de gerar, iluminá-la ou cegá-la...
Poder e desamparo, alegria e tristeza, força e fragilidade, tanto de mim que me preenche, me desorienta ou me dá alento.
Sou parte de um todo e um todo repleto de partes. Sempre senti tanto a fragmentação como a pertença ao mundo. Sempre soube olhar para coisas e para os outros. Sempre os admirei na robustez dos seus troncos ou na delicadeza das suas folhas.
Cedo soube que todos temos de lidar com a dualidade que nos compõe, a que nos fragmenta e a que nos completa. A tarefa não é fácil! Contudo, a compreensão do que somos - antes de tudo - e o reconhecer do ponto onde todas as fronteiras se esfumaçam, facilita todo o processo.
Viver torna-se assim natural e naturalmente podemos viver com os olhos postos nessa linha imaginária que não é mais que um eco do caminho que tomámos.
Extensão de mim, de ti... Horizonte.
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