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Vem! - dizes tu - Esquece o relógio, as pessoas que passam, deixa que te carregue para fora da concha que te protege. Treme sem medo que no tremor encontrarás a resposta que dou aos teus anseios. [Atiças o meu fogo desenhando com os lábios o reflexo da minha vontade e eu devolvo-te o ardor marcando-te, com desejo, a boca, a face, o pescoço...]
Penso como todo o tecido entre nós se assemelha a uma multidão indesejável. Quero que tudo desapareça num abrir e fechar de olhos. A urgência é feroz e inunda e transborda.
Vem! - digo-te enquanto escalo o teu corpo e me deixo carregar. Não é dor que sinto quando as costas batem na parede húmida. Não é dor que me impressiona quando os teus dedos marcam nas minhas pernas o trajecto das tuas sensuais ambições. Sem tecido, a fenda suspirante encontra a massa que a preenche e satisfaz. Entre nós há somente o ruído do deleite: gemidos envolventes, suspiros ardentes, pulsação ofegante, batidas ocas, investidas apaixonadas.
Cumplicies, ficaríamos em redor do vento, aquecidos no desejo, perdidos nos beijos e nos braços que apertam vontades com par.
Vem! - Grito uníssono do êxtase...
Acordo e tu não estás. A parede não passou de uma promessa em branco, numa noite sob o brilho das estrelas.
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