Tenho a palavra presa,
engasgada, perdida entre os nós dos dedos.
Tenho-a contida, fechada,
como se fosse perigosa para si mesma.
Tenho-a sufocada, chorada
e sorvida no silêncio da noite que não se quer perturbada.
Sinto-a na ponta da
língua, no roçar dos lábios, na fricção dos corpos, na convulsão prazerosa, no
gemido mudo.
Sinto todas as suas
letras, vejo todas as suas formas, torturam-me os seus significados, mas nada
posso dizer e nada escreverá enquanto me tiver assim...
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