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Brinca a língua em meu redor, achas para uma fogueira de chamas já altas, ilumina o fogo a escuridão que o denuncia.
Olha como se abrem as entranhas, como se revelam perante ti.
São tolices que escrevo quando a mente está turva e a verdade é crua. O fogo pode ser um artifício que apenas esconde a maldade.
A indiferença patenteia uma tristeza nunca antes sentida, o sonho que sangra com a força de todas as lágrimas que derramei.
Levei uma vida chorada, uma enxurrada criei e com a minha dor levei outras vidas arrastadas.
Brinca a língua em meu redor, como se pudesse expandir e eliminar todos os obstáculos à sua passagem. Na dança, um serpentear que provoca o transe, faz saltar o sapato e largar o véu.
Contempla-me para além do corpo, que não te impressione o prazer.
Se te fizer sentir que não seja como um sonho, vê além de ti...
Não te procuro, encontra-me!
Estou aqui.
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