sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desejo febril



Chega a noite envolta em trevas, no nevoeiro o silêncio
Rompe a prece os meus lábios, solta num suspiro:
_ Quero que a morte me pinte num paraíso suspenso!
Fecho os olhos devastados pelo tenebroso gemido.

O delírio cega a mente, confunde-me com a gravura amada
Entrega-me, prazerosa, ao meu sonho de amor.
Remoinhos crio, num ramo de horas, antes do nascer do dia.
A cada palmo de toque o meu desejo é redentor.

No arquear das almas, no turbilhão das voltas,
o suor escorre como lágrimas nascidas no coração.
Febril, deleito-me nas horas de um silêncio contorcionista.
A volúpia conquista o vazio oculto no abandono da razão.

Na penumbra a prece suplicante toma-me moribunda em seus lábios
No jogo sedutor da Luz, reclama-te como um eco no ruborizado infinito
O meu ventre ainda que metafórico está pronto para te receber
Na alvorada renascerei, no contorno da aurora sucumbirei a teu pedido!

O delírio cega a mente, confunde-me com a gravura amada
Entrega-me, prazerosa, ao meu sonho de amor.
Remoinhos crio num ramo de horas antes do nascer do dia…

A volúpia conquista o vazio oculto no abandono da razão.
Febril, deleito-me nas horas de um silêncio contorcionista,
o suor escorre como lágrimas nascidas no coração!

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