Leva-me para a rua,
Mesmo que sob
protesto,
E ainda que chova,
Deixa-nos ficar sem
abrigo.
Expostos e em abraço
forçado,
Respiremos juntos,
somente,
Até que o peito
acerte o compasso
E o silêncio tome
conta dos lábios.
Palavra alguma
deverá interpor-se
Entre os meus olhos
e os teus,
E se me esquivar,
como faço sempre,
Está nas tuas mãos,
deter-me.
Não te zangues, nem
desesperes
Tu sabes que serei
como uma enguia,
A escapar-se por
entre dedos,
Mas com igual desejo
de ficar.
É uma luta
shakespeariana
Entre o querer e o
pensar.
É um medo de tocar e
estragar,
Como faço sempre…
Pudesse eu evitar
ser tão escorregadia
Pudesses tu evitar
ser assim tão meu desejo
Voltasse eu a sonhar
o nosso sonho
Serias, mesmo, só
meu?
Basta que me faças
sorrir, uma vez mais…
Um sorriso, que
irrompe involuntário
Tem um efeito
endiabrado,
É a ruína de
qualquer protesto!
Direi: - Detesto-te!
Mas não arredarei
pé,
Deixarei que tomes o
meu pulso,
me sintas com o
coração na boca…
É um plano
arriscado,
mas uma vez na rua,
Todas as escolhas
são caminhos,
E todos os caminhos
convergem para ti!Imagem: Autor desconhecido |
Belo, profundo, enigmático! Amei.
ResponderEliminarObrigada, minha querida!
EliminarBeijinhos