sexta-feira, 18 de junho de 2010

Claramente

Imagino a vida por um fio, um fio farto em percalços,
uns frutos do destino, outros frutos da ilusão,
Uma venda que defrauda os sentidos
Claramente, a mente deriva sem orientação.

Alucina, perde-se em sonhos, pinta-os d’ouro
Encanta-se pelo falso reluzir, falsas intenções
Claramente, um bloqueio do raciocínio
Uma enxurrada mental de emoções.

Defraudada, à deriva, encantada e bloqueada
O olho da mente que não vê pelo órgão da vista, imagina
E na ilusão transforma porcos em pérolas
Respira a névoa dos sonhos, bebe das suas palavras.

Claramente, acredita e segue pelo nevoeiro de uma mente turva
Congela o tempo e a evolução do espírito
Existem momentos de vigília que nos despertam
E nesses engolimos os frutos do destino.

A soma das acções passadas com as presentes
Resultado que diluí o verniz envelhecido.
Claramente, distinguimos a linha que se repete
A tendência de nos concentrarmos numa linha segura 

Ainda que igualmente dura,
O resultado que já se conhece.
E quem não é real, não deve existir
Destino que se desfaz, caminho sem retorno
Factura, ainda que liquidada, marca!

Claramente, no reerguer da fortaleza rejeito o mergulho
Na chama que arderia eterna,
Na imensidão do teu olhar
No abismo do teu nada!
De ti apenas teria os sonhos despidos!
Claramente, cresci!


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