domingo, 27 de fevereiro de 2011

Di nuovo voi

Ti amo, mio ragazzo galante
il tuo sorriso è sorvegliato dalle stelle
come se fosse un diamante

Ti amo senza pensare perché
perché non importa
nessun interesse

Ti amo perché ho sempre amato
il tuo sorriso e il tuo desiderio
erano lo specchio della mia volontà
perché ho voluto così tanto

Io ti amo e l'amore è eterno
perché è eterno, sogno
sogno di morire tra le tue braccia
goccia in bocca, i tuoi baci

Non posso morire senza te ritrovare


E o impossível acontece...

Composição feita com imagens retiradas na web (links para as originais logo que possível)

Por impossível que seja alcançar as estrelas,
estas continuam a sorrir-me com a sua luz
e enquanto as contemplo me deixo invadir
pelo sonho que me seduz…

Ali tão perto e contundo inatingíveis,
mostrando-se como espelhos de mim mesma.
Luzes que se alimentam de um calor interior,
chama que arde sem alimento até ser extinta!

Tudo tem um princípio e um fim.
A matéria é finita,
eu sei !

Mas num mundo feito de luz
a eternidade acalenta o espírito
e o impossível acontece.

Quando as Almas se reencontram
os seus sentimentos ecoam no infinito,
sem que uma palavra seja proferida,
tornando-os mais intensos e brilhantes.

O amor, despido de corpo, é puro , leve
e mostrando-se em todo o seu esplendor
incentiva os espíritos a voltar à vida.

Cada vida que nasce traz consigo
promessas por cumprir,
juras de um amor eterno
que a carne procurará impedir.

Poucos são os afortunados que não se deixam iludir
pela matéria que nos bloqueia e nos desvia.
Andamos em círculos em torno uns de outros
e entre encontros e desencontros algo nos guia.

Algo que vem das profundezas do Ser e que nos alerta.
Sem explicação sentimos uma dor estranha,
um nó na garganta, uma pulsação que parece gritar:
_ Estou aqui, sou eu!

Se em vida e a tempo despertares para o teu destino,
a matéria arderá num prazer que a transcende.
Como na eternidade, sentirás a liberdade e a redenção
que preenchem o vazio de esperança sussurrante:

_Sou eu, amor!
E o impossível acontece,
como gáudio de alguns
e esperança para muitos!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desejo febril



Chega a noite envolta em trevas, no nevoeiro o silêncio
Rompe a prece os meus lábios, solta num suspiro:
_ Quero que a morte me pinte num paraíso suspenso!
Fecho os olhos devastados pelo tenebroso gemido.

O delírio cega a mente, confunde-me com a gravura amada
Entrega-me, prazerosa, ao meu sonho de amor.
Remoinhos crio, num ramo de horas, antes do nascer do dia.
A cada palmo de toque o meu desejo é redentor.

No arquear das almas, no turbilhão das voltas,
o suor escorre como lágrimas nascidas no coração.
Febril, deleito-me nas horas de um silêncio contorcionista.
A volúpia conquista o vazio oculto no abandono da razão.

Na penumbra a prece suplicante toma-me moribunda em seus lábios
No jogo sedutor da Luz, reclama-te como um eco no ruborizado infinito
O meu ventre ainda que metafórico está pronto para te receber
Na alvorada renascerei, no contorno da aurora sucumbirei a teu pedido!

O delírio cega a mente, confunde-me com a gravura amada
Entrega-me, prazerosa, ao meu sonho de amor.
Remoinhos crio num ramo de horas antes do nascer do dia…

A volúpia conquista o vazio oculto no abandono da razão.
Febril, deleito-me nas horas de um silêncio contorcionista,
o suor escorre como lágrimas nascidas no coração!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fome doentia

Imagem de autor desconhecido (contém hiperligação de origem)

Neste mundo mecanizado desde a época da grande revolução,
vive o Homem e as suas sociedades em constante transformação.
Pouco importa como, hoje, a matéria encarna o bem...
Fonte de interesse é a riqueza que cada um tem.

Todo o movimento é económico, quantificável e indicativo!
Na batalha pelo que dizem ser mais competitivo,
um apelo ao desenvolvimento da nação:
_Ignore-se a razão e esqueça-se o indivíduo!

É o bem colectivo! O progresso! O amanhã! – dizem.
Na verdade, o coração mecanizado produz lucros maiores.
Veste os dedos de ouro, platina e diamantes à custa
da graxa e da fuligem no rosto dos menores.

É uma sociedade construída sob o jugo de um artefacto social.
É uma sociedade que rentabiliza o planeta e economiza a esperança.
Num extremo a abundância transborda, no outro, a pobreza condena:
_Que se forre de lama o estômago de qualquer criança!

Um dia a revolução chegou à produção
O Homem produziu a máquina
e a máquina produziu, produziu….

Qual fome doentia
que insaciável,
a todos extinguiu!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Confesso

Solto o cabelo e ofereço-o ao vento
Dispo as palavras com que me visto
Mergulho no chão do cristal que piso
Agarro um reflexo que não é meu

Levo-o à boca, provo-te
Tem o sabor da chuva que o meu rosto beija
Água da nascente do olhar
que tudo viu e tudo perdeu

Parto de mãos vazias, de pés descalços
Lábios selados pela prece
Segredos, gravo no desejo imenso
Palavras sufoco para não dizer:

Confesso-te, metade de mim
Confesso-me, parte de ti
Se me procuro, encontro-te!

Solto o cabelo e ofereço-o ao vento
Dispo as palavras com que me visto
Mergulho no chão do cristal que piso
Agarro um reflexo que não é meu

Levo-o à boca, provo-te
Tem o sabor da lua que o meu corpo mima
Espelho do olhar que espera ver-te chegar
Sonho que agarrei para me sentir

Parto de mãos vazias, de pés descalços
Lábios selados pela prece
Segredos gravo no desejo imenso
Palavras sufoco para não confessar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eu


Eu sou aquela que outra não seria
A tal que com pudor tira a roupa
E nua, por entre espaços penetrados
Corre pura e louca!

Eu sou aquela que viaja
num raio de luz
E a que se deixa arrastar
por tudo que a seduz.


Eu sou aquelas que outras não queriam
pois violento minha túnica
peça única em meu corpo
para quem a dor não dá desgosto!


Eu sou aquela que se dá e que se tira
Aquela que aspira um lugar no Céu
A tal, que perdida carrega em
seu corpo um único véu!


Aquela que ama o Nada
E este, nada lhe tem para dar!


Eu sou a tal, a louca
que se entrega nua
e que nunca poderá ou procurará
Ser minha ou tua!

Nota: Escrito em 1987, aos 14 anos de idade.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tenho-te!

Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)
Tenho-te na boca como um verbo morto
Uma palavra crocante de haste seca
Um discurso amorfo, solto da raiz
Um livro de páginas em branco.

Tenho-te no ouvido como uma nota solitária
Um andamento de um falso prelúdio
Um concerto desconcertante
Uma sinfonia funesta

Tenho-te nos olhos como um horizonte prometido
Uma vaga noção de ti
Um plano aparentemente transparente
Um resquício de sol em mim

Tenho-te, meu pensamento como uma sombra oculta
Um ser celular, fonte da minha energia
Um motor de simbologia que me eleva
Uma fibra que me percorre, electricidade que me condena

Tenho-te assim, na mente, nos olhos, no ouvido, na boca
como uma substância que me tem cativa
Dopamina que me assusta
Endorfina do meu desejo

Tenho-te apenas assim!
Assim, para nunca perder.
Antes não te ter…
Não te ter!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Na tua boca...


Parte! Pouco me importa que te afastes
Tu que nunca tiveste próximo e que de mim nada sabes!
Não é por despeito que falo, ainda que por vergonha cobrisse
a pele, que nua, é uma extensão da tua.

Sorri e pergunta como estou! Que me importa?
Que outras palavras guardas para quem se alimenta
do teu falso reluzir, trágico tesouro, refúgio de um cobarde
que se abriga da própria tormenta?

Grita para que todos ouçam! Sim, estou louca!
Que outra te protegeria com a própria vida?
Tu que atentaste contra as minhas mais inocentes esperanças,
te despiste de todas as lembranças que a mim volviam…

Ignora! Finge que desconheces a sorte dos ventos que semeias
Gestos de sentimentos fingidos, armadilhas sorridentes:
Engano, engodo, traição e logro!
Cultura de corpos esventrados ou corações penitentes!

Que me importa que a tua consciência te deixe dormir?
O teu descanso é falso e a tua moral é vil
Tu que procuras encantos, em alcovas alheias, sabes que
o teu seduzir tem teias e o teu gesto convence apenas a imbecil!

Aquela que é a tua nova consorte, que outra sorte não teve,
pois ao comprar a carta sedutora partilha o teu membro viril
Como poderá alguma vez saber que a sua posse te faz pequeno
e que por veneno cometes pecados mil!

A mim poupaste-me…
Que sorte a minha!
Vendedor dos sonhos que me fizeram dormir,
o teu beijo traria a morte que tanto anseio alcançar

Parte! Pouco me importa que te afastes
Grita para que todos ouçam! Sim, estou louca!
O teu seduzir tem teias e o teu gesto convence apenas a imbecil.
A mim poupaste-me… de morrer como queria, assim, na tua boca.




terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Jamais partir

Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)

Ouve-me, ainda que não profira qualquer palavra
Pois a minha voz é de veludo e a minha pele é mel
Alimento que sacia, potenciando o desejar
Dinâmica original, viscoso fel,
Cálice que te ofereço, entregando-me de corpo e alma.

O meu corpo encerra mil sabores do céu e da terra,
Terra prometida, fértil paraíso,
Coragem, é tudo o que é preciso
Para que tenhas acesso à promessa que encerra.

Aceita-me como sou e terás muito mais do que possas prever
Não há desejos que me assustem, apenas me fazem tremer,
Todas as possibilidades enumeradas, fantasias antecipadas
Por um desejo que se desenha maior, não finda, cresce.

Tenho-te nos lábios, preso entre as coxas, cabelos desprendo
E sem arreios, sou selvaticamente cruel,
Mordo-te porque te quero engolir
Jamais partir, apenas retornar, vir, uma e outra vez mais!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Na terra do impossível!



Sempre que fechar os olhos
e partir para a terra do impossível,
eu irei contigo a onde me quiseres levar

Mas apenas aí, nesse lugar, além do horizonte,
onde os espíritos são livres e não obedecem a normas,
apenas se deixam guiar pelos seus desejos mais puros.

Sim, assim que fechar os olhos
Eu irei ter contigo…
Viajo atraída pela tua luz!
Sem medo, deixarei perder-me no teu brilho

Rendida a esse Nada que podemos ter,
apenas terei força para dizer:
Beija-me!

E entrelaçada nos teus cabelos deixo-me consumir por esse fogo
Aninhada na tua chama, a dor confunde-se com o sorriso
Num grito contido, peço-te:
Ama-me!

Ao acordar, trarei comigo o teu sorriso
e a lembrança do teu gemido,
sabendo que nada mais posso transportar…

E então, amando esse Nada que nos liga
terei os olhos presos no horizonte
Apenas espero a hora de os fechar outra vez!

Sim! Irei contigo daqui a pouco
Mal posso esperar por adormecer…

A verdade incómoda

Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)

Ontem desenhei-te com as mãos,

de olhos fechados, memória em alerta

Os meus dedos flutuaram no ar explorando os teus traços

e os meus lábios humedeceram a cada descoberta


És feito de ar e de ar que provém dos sonhos

e por tal, não existes!

Ainda que pense em ti sem qualquer fundamento

Ainda que utopicamente respires dentro de mim


Ontem, eras uma ideia fixa, um devaneio

Vi-te de olhos fechados, memória desperta

O meu corpo sucumbiu e o meu espírito deslizou no infinito

Ainda que não existindo, encontrei-te!


Ao ver-te, recordei como são feitos de ar todos os meus sonhos,

fluidos que persistentemente respiro

Ilusões que cultivo apenas para meu consumo,

Meio pelo qual mudo a forma e evaporo.


Ontem, fecharia os olhos a todas as tuas faltas,

selando-as com o lacre contido nos meus beijos

Na memória evitaria a sobrecarga e esquecendo

as tuas impurezas, receberia os teus desejos.


Mas eu vivo em torno do ar, alimentando o meu vício,

sem traficar sonhos, nem qualquer ilusão

A verdade torna-se incómoda e os traços desenhados

são linhas poucos seguras, perdem a coesão.


Ontem, pintei-te com os dedos,

a memória revelou os seus segredos

Hoje, o ar está impuro e contaminado sufoca

A verdade incómoda: o Amanhã já não importa!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Perco-me


Ema Moura


Sempre que chega a hora de partir
eu digo: vai!
O meu coração diz espera
e o meu corpo diz vem…
Perco-me nesta conjunção verbal
de diferentes intenções por conjugar
e tudo que me resta é olhar
esperar, ver o tempo a passar…
Perco-me numa hora incerta no tempo e na forma
Indefinida no sentimento e na intenção
Fronteira por delinear, espaço por medir
Ausência que alimenta a ilusão!
Perco-me a contemplar o tempo que voa
Magia, feitiço, encantamento
Tal Moura presa na fonte,
sem dela poder beber!
Perco-me nos sonhos que preenchem os espaços,
nas palavras que são o plasma que me corre nas veias
Vivo no limiar, contida ou ausente, de invólucro aberto!
Perco-me na tentativa vã de encontrar a flexão correcta
Aquela que exprime existência e que me liga ao aqui e agora
Uma sede que não conhece a paz, pela qual me perco!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mente-me!

Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)

Mente-me, peço-te!
Mente-me para que na tua mentira
possa ler uma verdade desejada!

Agarra-me!


Agarra-me, ainda que contra o vento,
sem freio e sem receio
porque o tempo é chegado!

A hora é nossa e a hora é esta!
A tua boca desenhada no meu sorriso
O meu gemido soprado ao ouvido
Uma fome que potencia a sede
Uma sede que não se sacia
Não sem arte ou mestria!

Quero o teu cheiro e a tua saliva
misturados com o meu mel!
Combinação que arrepia,
bem que desejo seguro!

És como um corcel possante
que faz vibrar o chão à sua passagem
Pêlo negro que tinge o branco do meu tecido,
lugar onde encontras abrigo!

Os meus dedos nos teus cabelos e o meu sorriso nos teus olhos
Um tremor que desconheço, uma vontade que se torna maior
É chegada a hora! A hora que não consumida, consome!
A minha alma não dorme, não dorme…

Na escuridão brilha a chama que do meu corpo emana
Como um farol na escuridão,
desejo que chegues seguro, finalmente na hora certa,
que é esta ou nunca mais será!

Ouve o que te diz o meu coração
Deixa que sussurre ao ouvido
o mais antigo de todos os desejos:
_ Vem comigo até às estrelas!

Alguma vez fizeste amor assim?
Como se abrisses um livro de histórias,
com capa de veludo, vermelho paixão,
palavras escritas no ritmo do coração.

Escuta o teu nome que me escapa,
em murmúrios suaves que a tua boca cala,
numa dança de sexo, com uma sede tão antiga!

Em êxtase, os nossos corpos se comprimem
e os pulmões expandem um último pedido:
- Vem comigo até às estrelas...
Nada terias de carregar se te entregasses de coração.

Até lá, derivo no vazio.
Agarra-me!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Queria ser livre

Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)


Queria ser livre
e livremente escolher
Ser e ser livre...
Não ter horas no meu dia
e em cada momento
não seria tempo
para rir ou para sofrer.
Queria ser livre
e livremente escolher
amar apenas as palavras.

Apenas as que falam com verdade!
Apenas as que estão livres de amarras.
Livres de verbos e versos premeditados.

Queria ser livre
e livremente escolher
diluir-me numa torrente de pensamentos
e livre de julgamentos
queria ser livre!

Equação divina





Querendo abraçar uma causa
não abraço causa alguma

Querendo amar a todos
não amo ninguém


Ao Olimpo chegam
as oferendas
que enlaçam promessas
que evocam desejos.

Dizem que me amam...

Mas quem ama os deuses
não ama
apenas teme.

Essência



Já fui criança marota, atrevida
inocente e maliciosa,
de imaginação destravada
espírito sem arreio nem freio.

Já fui bela entre as belas
que assolam as mentes
preenchendo sonhos e corações
arrancando suspiros e desejos.

Já fui bailarina exótica,
desenhando com o corpo
versos líricos de linhas eróticas,
impregnando nas almas vícios
alucinantes, intensos e dominadores.

Já fui luz e já fui cor
Já fui fel e já fui mel
Já fui amor e já fui dor
Já fui mente e já fui pele.

De todos os impérios sonhados
de todos os reinos, abolida,
resiste ao tempo uma simples noite
em que fui senhora e fiquei cativa.

Andei sempre perdida
desde então,
de alma cega, sonhos vazios
submersa pela escuridão.

Hoje sei que há momentos
em que se viram páginas
cujas histórias não se podem reescrever
e cujo tempo não se consegue conter.

Ah! Se por magia pudesse
de novo viveria
uma simples noite
em que cativa fui senhora.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Promete

Composição feita com imagens da web (links para os originais logo que possível)

Penso em ti e sorrio,

imagino-te a provocar o brilho nos meus olhos,

enquanto te observo a avançar perante o meu pedido,

na hora que tarda, mas que é certa!


Enlaça-me enquanto me beijas e enquanto me beijas

faz-me esquecer de tudo o resto.

Leva-me para um local seguro e enquanto conduzes,

deixa que a tua mão fale por ti e que a tua voz

me conte a história de uma noite prometida!


Protegidos, anónimos, despidos de disfarces

somos apenas, tu e eu,

verdade que a tua boca me assegura,

enquanto a tua mão me provoca o corpo!


Sente o meu gemido que te pede mais!

Mais dessa boca que me mede o corpo,

enquanto que o tecido que o envolve

parece despir-se sozinho...


E os teus dedos presos nos meus dentes

e os teus cabelos presos nos meu dedos,

a tua boca que explora e me enlouquece…

Solta o som cravado na minha garganta!


A minha língua brinca, agora, no pátio do teu umbigo

e as tuas mãos prendem-se nos fios dos meus cabelos,

pedintes, transpirando desejos que esperam encontrar

um conforto, quente e húmido, entre os meus lábios.


E a minha boca é sôfrega e a minha língua é exigente.

Sim, quero sentir cada gosto teu!

Solta o gemido contido há uma eternidade,

como um grito que abafas, exige: Quero-te!


Quero ouvir-te rir enquanto tudo à nossa volta desaparece...

Que rubor este que nos incendeia!

Finalmente meu, finalmente tua!

Sem dúvida, entrego-me a uma valsa dos sentidos.


E todo o gesto é fome e todo o gesto nos alimenta

Vorazes, os nossos lábios não se contentam,

antecipam e abraçam o desejo seguinte… ardemos novamente,

até que o corpo peça o repouso que as nossas bocas negam.


Beijo-te, uma vez mais, antes de me separar da tua boca

Mergulho nos teus olhos até os fechar,

Sucumbe à onda de choque que nos percorre,

poderosa contracção que nos faz vibrar!


Uma noite,

Uma noite de cada vez

tudo para viver

promete!