quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Agarra-me!


Agarra-me, ainda que contra o vento,
sem freio e sem receio
porque o tempo é chegado!

A hora é nossa e a hora é esta!
A tua boca desenhada no meu sorriso
O meu gemido soprado ao ouvido
Uma fome que potencia a sede
Uma sede que não se sacia
Não sem arte ou mestria!

Quero o teu cheiro e a tua saliva
misturados com o meu mel!
Combinação que arrepia,
bem que desejo seguro!

És como um corcel possante
que faz vibrar o chão à sua passagem
Pêlo negro que tinge o branco do meu tecido,
lugar onde encontras abrigo!

Os meus dedos nos teus cabelos e o meu sorriso nos teus olhos
Um tremor que desconheço, uma vontade que se torna maior
É chegada a hora! A hora que não consumida, consome!
A minha alma não dorme, não dorme…

Na escuridão brilha a chama que do meu corpo emana
Como um farol na escuridão,
desejo que chegues seguro, finalmente na hora certa,
que é esta ou nunca mais será!

Ouve o que te diz o meu coração
Deixa que sussurre ao ouvido
o mais antigo de todos os desejos:
_ Vem comigo até às estrelas!

Alguma vez fizeste amor assim?
Como se abrisses um livro de histórias,
com capa de veludo, vermelho paixão,
palavras escritas no ritmo do coração.

Escuta o teu nome que me escapa,
em murmúrios suaves que a tua boca cala,
numa dança de sexo, com uma sede tão antiga!

Em êxtase, os nossos corpos se comprimem
e os pulmões expandem um último pedido:
- Vem comigo até às estrelas...
Nada terias de carregar se te entregasses de coração.

Até lá, derivo no vazio.
Agarra-me!

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