segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Exalar




Uma vez mais, respiro fundo e preparo o caminho para partir.
Tu, ficarás perdido no tempo, retido num qualquer lugar
Sim, desta vez, não virás comigo, repito enquanto faço as malas
E desta vez, eu sei que não existe razão para ficar.

Aborreço e irrito-te! Sim, vê como te afasto!
É preciso ter faro, porque sou imperceptível.
O meu movimento não faz ondas, é subtil
e quando deres conta serei inatingível.

Será como se nunca tivesse existido!
Palavras caladas pelo vento,
verbos varridos pela chuva
sentimento abandonado ao relento.

As malas faço a cada gesto teu,
um desgosto, mais uma peça embalada
Ainda assim, o armário ficará repleto
deixo-te todos os sonhos e todas as lágrimas.

Quero partir! Passo leve, impulsionado pela esperança
de um novo começo, um novo número, uma nova morada
Sim, quero sorrir! Leve, rasgado, profundo sorriso...
Sim, quero dançar! Ondulante ventre, alma ritmada.

Porque o sorriso e a dança sou eu
tal como é, o sentir e a poesia
Eu vou partir e tu não virás comigo
e eu...eu não irei indiferente.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ser mulher

Ainda que tivesse mil rostos, todos eles tão diferentes, ainda assim, se soubesses quem sou, saberias sempre revelar aquele que mais me concentra.
Ainda que tivesse mil máscaras, todas elas representando distintas emoções, se soubesses como sou, saberias identificar sempre a mais pura e a mais concreta.

Pinto-me de uma forma abstracta porque não conheço outra forma de ser mulher.
Quantas faces posso ter e como provar que são todas verdadeiras?
Nem mesmo tu, homem, és só um... ainda que não aceites a verdade.
Atenta, por uma vez, aos ricos detalhes que levo perante os teus olhos.
Recorda como a vida de uma mulher é feita de estilhaços, mas também por milhares de cores.
Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)