terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Essência



Já fui criança marota, atrevida
inocente e maliciosa,
de imaginação destravada
espírito sem arreio nem freio.

Já fui bela entre as belas
que assolam as mentes
preenchendo sonhos e corações
arrancando suspiros e desejos.

Já fui bailarina exótica,
desenhando com o corpo
versos líricos de linhas eróticas,
impregnando nas almas vícios
alucinantes, intensos e dominadores.

Já fui luz e já fui cor
Já fui fel e já fui mel
Já fui amor e já fui dor
Já fui mente e já fui pele.

De todos os impérios sonhados
de todos os reinos, abolida,
resiste ao tempo uma simples noite
em que fui senhora e fiquei cativa.

Andei sempre perdida
desde então,
de alma cega, sonhos vazios
submersa pela escuridão.

Hoje sei que há momentos
em que se viram páginas
cujas histórias não se podem reescrever
e cujo tempo não se consegue conter.

Ah! Se por magia pudesse
de novo viveria
uma simples noite
em que cativa fui senhora.

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