terça-feira, 22 de março de 2011

Resposta a um ultimato de amor


Ai, ultimatos! Não funcionam comigo!


Atrevo-me a dizer que têm um efeito invertido.
Eu que sou como manteiga ao sol, congelo
Desce-me o diabo ao corpo e o meu bem querer é corrompido!

Sou como uma criança contrariada,
esperneio de luva branca na mão
e enquanto bato e afugento, penso
como seria bom entregar o meu coração!

Mas não posso, não consigo e não aguento!
Os ultimatos põem-me doente!
É um estado febril, um piloto automático que dispara...
Sobreviver é preciso! Independência que se paga cara!

Reajo como uma tempestade e os pingos grossos gritam:
_Não me aceites depois e não me aceites nunca!
Verdade, verdadeira - penso - se o teu desejo fosse louco...
Ignoravas a tempestade que me sai da boca e corrias para mim.

Sabes que fui criada assim, para amar e fugir ao amor
Se espero que estejas comigo?
No inferno se for preciso, vá eu a onde for!

Se respondes com palavras, não fico!
                                        


Poema inspirado no poema Carta de Amor de Marcial Salaverry, PEAPAZ

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