terça-feira, 29 de março de 2011

A Razão...




Cabelos de uma longa escuridão
Olhos de um cintilante estrelar
Boca de carne aveludada e sem espinhos
Pele alva como raios de luar

Fui assim um dia
e é assim que me vejo!
Na idade da minha alma…
Na idade que o meu corpo não tem…

Talvez por ter uma alma jovem
Eu te veja jovem também…

Cabelos de ondas negras
Boca de um sorriso constelar
Pele de bronze de aroma letal
Olhos de um tom crepuscular

Foste assim um dia
e é assim que te vejo!
Na idade da minha alma,
na idade que o teu corpo não tem…

Por nos ver assim imunes ao Tempo
Por me ver em espaços que não existem mais
Repletos de sons de uma felicidade suspensa
Acredito que tu e eu éramos os Tais…

Os Tais das histórias de adormecer pequenas princesas
Aqueles cujos actos heróicos e sentimentos intensos
estão gravados na memória colectiva, imortalizados por uma pena criativa
que conta a história de seres comprometidos na Aurora da Vida…

Nasci assim marcada à nascença por um laço indizível
Aquele que é tecido pelo mais puro pedido
e que cravado na luz, de uma alma radiante, faz nascer
os amantes que já o eram, sem nunca o terem sido …

Sem nunca o termos sido – repete a minha alma imortal!
Talvez por essa razão, Eu não nos tenha esquecido…
A minha jovem Alma está presa num feitiço:
Uma fome que perdura, uma sede cativa de desejos tão antigos!

Talvez por ter uma alma jovem,
Idade que o meu corpo não tem,
O meu amor não possa crescer mais…
Na intensidade em que foi sentido, preso também!

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