terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pintura introspectiva


Tantas questões de resposta simples,
tantas a que não respondo.
O que querem diga?
Apenas pinto o que vejo,
ainda que mais ninguém o faça...

Fecho os olhos, remeto-os ao interior
A dor está presente e é imensa.
Sacode as copas das árvores,
cria remoinhos de folhas,
espalha o caos pelo chão.

Parece-me.. Divertida?
Vejo-a nas colinas,
rodopiando até cair.
Parece sorrir...
Juro-vos que ri para mim!

Continuo o meu caminho,
opto por seguir o aroma das cores,
mais forte aqui do que no exterior.
O que vos posso dizer?
Também a mim me surpreende
este verde imenso, repleto de flores.

Na linha do horizonte, um telhado camuflado
confunde-se com o pôr-do-sol.
É o espelho de água que o denuncia,
vi o seu reflexo.
Parece-me caminhada de um dia,
demorou apenas um instante de pensamento.

A casa está fechada, vazia, desabitada
Incomoda a paz que se sente.
Penso nos que se remetem ao silêncio,
encontrarão eles tal sossego?

Tantas questões de resposta aparentemente simples,
Tantas a que não respondo...
O que querem diga?
Se é a paz que vejo neste isolamento,
como a antítese perfeita do que vivo.
Apenas pinto o que vejo,
ainda que mais ninguém o faça...

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