sábado, 26 de maio de 2012

Solidão

Um dia o vento soprou com tal intensidade que pensei que me colhia, arrancando-me pela raiz. Resisti, ora abraçando o solo, ora erguendo os braços como bandeiras da minha forte vontade. 

Era um vento passageiro, propício a todos, os que de olhos postos no horizonte, não fixam raízes…  Vi-os partir, na corrente que se desconhece a origem e que ninguém sabe para onde vai. Apenas sabiam que era feita de ar, da mesma matéria dos sonhos, e isso bastou-lhes. 

Eu fiquei... «Resisti!» 
[Loucos aventureiros!] - Pensei, enquanto justificava a minha solidão.


Ema Moura

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