domingo, 27 de maio de 2012

Cativa



Tenho a palavra presa, engasgada, perdida entre os nós dos dedos.

Tenho-a contida, fechada, como se fosse perigosa para si mesma.

Tenho-a sufocada, chorada e sorvida no silêncio da noite que não se quer perturbada.

Sinto-a na ponta da língua, no roçar dos lábios, na fricção dos corpos, na convulsão prazerosa, no gemido mudo.

Sinto todas as suas letras, vejo todas as suas formas, torturam-me os seus significados, mas nada posso dizer e nada escreverá enquanto me tiver assim...




Sem comentários:

Enviar um comentário