segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Não sou Inês! (Vigésima segunda carta)


Autor desconhecido (contém hiperligação para a página de origem)

Não é meu ensejo ver-te subjugado
Temo que ainda tenhas o poder de me domar
Reconheci-o no primeiro contacto que tivemos
Repudiei-o de imediato!

Mas a mente prega-nos partidas e o coração rasteiras
Enquanto fugia, um desejo secreto cresceu
Uma vontade expressa de não ser senhora de mim
Um estado embriagado pelo inebriante prazer.

As pernas a tremer, o frio no ventre,
A vontade de ceder a uma vontade igual à minha,
Cresceram em mim como ervas daninhas
Plantaram sementes em cada pensamento que tinha.

Sem espaço para mais nada
Abri a janela deixei entrar o calor
Entreabri os lábios para um beijo demorado
Deixei-os suspensos, em infinito ardor.

Desejos secretos tecidos na pele
Devaneios da mente
O perigo não reside no nome que lhe damos
Flutua na densa sombra do que se sente.

Não vendo ilusões, não sou a tal Inês da História
Não procuro prisão dourada
Não procuro posição de poder
Sou um fio invisível, consciente da nossa jornada.



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